Fabricante chinesa estima produção inicial de 150 aerogeradores por ano, com início em setembro
A Bahia deu um passo decisivo para fortalecer sua posição como um dos maiores polos de energia eólica do Brasil com a inauguração da nova fábrica de turbinas eólicas da Goldwind, uma das principais fabricantes globais do setor. Localizada em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, a unidade recebeu um investimento robusto de R$ 100 milhões e representa a primeira fábrica da empresa fora da China.
Instalada no antigo complexo da General Electric (GE), a fábrica foi inaugurada na manhã desta terça-feira (27) em um evento que contou com a presença de importantes autoridades, incluindo o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, o presidente do grupo Goldwind, Cao Zhingang, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. A nova planta tem capacidade para produzir até 150 turbinas por ano, com potência que varia entre 5,3 e 7,5 MW, superando a capacidade dos aerogeradores nacionais, que alcançam pouco mais de 6 MW.
Além de reforçar a capacidade produtiva do Brasil no setor de energia eólica, a fábrica promete gerar impactos significativos na economia local. A expectativa é que a unidade crie até 100 empregos diretos e 5 mil indiretos em toda a cadeia de fornecimento, fortalecendo o desenvolvimento socioeconômico da região.
Liderança em Energia Limpa e Atração de Investimentos
A escolha da Bahia para sediar a nova fábrica não foi por acaso. O estado vem se destacando como um importante polo de energia renovável, atraindo investimentos vultosos e posicionando-se como líder na geração de energia eólica no Brasil. Em 2024, a Bahia foi o maior produtor de energia eólica do país, com 342 centrais geradoras em operação comercial, somando mais de 10.123 MW de potência instalada.
O governador Jerônimo Rodrigues destacou a importância estratégica da nova unidade durante a cerimônia de inauguração. “A competitividade e a capacidade da Goldwind farão da Bahia e do Brasil grandes exportadores de turbinas eólicas, abastecendo não só o mercado interno, mas também o externo. Esta inauguração não é apenas o início de uma nova fábrica, mas um marco importante na política de transição energética do nosso estado,” afirmou o governador.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também ressaltou o impacto positivo da chegada da Goldwind ao Brasil. “A instalação desta fábrica amplia a capacidade do Brasil de diversificar sua matriz energética e reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Estamos consolidando o país como uma referência mundial em energia limpa, gerando empregos, impulsionando a economia e preservando o meio ambiente,” disse o ministro.
Infraestrutura e Expansão do Setor
A nova fábrica da Goldwind em Camaçari foi projetada para atender prioritariamente o mercado brasileiro, mas também poderá exportar equipamentos para outros países da América do Sul, utilizando o Porto da Bahia como via de escoamento. A empresa, que já instalou mais de 86 GW em turbinas em 32 países, reforça assim sua presença global e sua atuação na América Latina.
Além da produção de turbinas, o projeto da Goldwind em Camaçari inclui a criação de um parque de fornecedores de componentes eólicos, que será composto por pelo menos seis empresas. Uma das primeiras a integrar esse parque será a Sinoma, que investirá cerca de R$ 104 milhões em uma unidade de produção de pás eólicas. Outra empresa em negociação com o governo da Bahia é a Thyssenkrupp, que planeja investir mais de R$ 300 milhões na região.
Cao Zhingang, presidente do grupo Goldwind, destacou que a inauguração da fábrica em Camaçari é um marco importante para a companhia. “Estamos entusiasmados em lançar esta unidade, que atenderá o crescente mercado brasileiro de energia limpa. Acreditamos no potencial do Brasil e da Bahia para se tornarem líderes globais em energias renováveis, e esta fábrica reforça nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável,” afirmou Zhingang.
Panorama do Setor Eólico na Bahia
O crescimento do setor eólico na Bahia tem sido notável. Desde 2020, o estado tem se consolidado como um dos maiores produtores de energia eólica do Brasil, atraindo investimentos significativos que já somam cerca de R$ 41,79 bilhões. Esses investimentos não só aumentaram a capacidade instalada de geração elétrica, mas também geraram aproximadamente 100 mil empregos, com o potencial de criar outros 100 mil até 2030, à medida que novos projetos forem iniciados.
A nova fábrica da Goldwind reforça ainda mais essa posição, destacando a Bahia como um polo estratégico no setor de energias renováveis. Mais do que uma simples unidade fabril, a empresa projeta criar um hub de empresas que completem a cadeia de produção dos componentes para torres de energia eólica, com padrões de sustentabilidade que conferem competitividade ao setor brasileiro.
Além disso, a Goldwind já credenciou seus equipamentos no BNDES Finame, permitindo que seus clientes financiem seus investimentos junto ao banco, facilitando ainda mais o desenvolvimento do setor no Brasil.